Espiral de ciclos: as lições do outono

Por Cecília Mariano*

A gente acorda, levanta, trabalha, come, dorme. O final de semana passa, a segunda-feira chega e começamos a rotina tudo de novo. Os meses se vão e de repente é o nosso aniversário novamente.

Vivemos rodeados de ciclos, muitos deles tão intrínsecos à nossa sobrevivência que nem mesmo nos damos conta de que são ciclos (pense na sua respiração, por exemplo).

O ritmo da vida exige o exercício constante da alternância entre atividade e repouso, dar e receber, internalizar e externalizar, enfim, do nascer e morrer.

As duas partes têm igual importância e não podem existir sozinhas. E para quem acha que a vida deveria ser um eterno ganhar, tente apenas inspirar o ar para dentro dos pulmões, sem que haja a fase da expiração!

Mais do que uma repetição sem sentido, os ciclos nos dão noção de continuidade, pautam nossa existência e garantem que haja sempre uma nova chance. Todas as noites nos deitamos e o dia acaba, uma espécie de morte. Na manhã seguinte, retornamos para um recomeço, um renascimento. Muitas vezes visitamos os mesmos lugares, a mesma rotina, as mesmas tarefas mas com certeza não mais a mesma pessoa.

Os ciclos são na verdade, espirais. Cada vez que passamos pelo mesmo ponto (se é que podemos dizer que o “ponto” também não se modificou!), voltamos carregados dos aprendizados que obtivemos vivenciando este e outros ciclos menores, segurando o que nos serve e deixando para trás o que não funciona mais.

Um ciclo bem visível, principalmente na Inglaterra e no restante da Europa são as estações do ano. Nesta época do ano, durante o outono, temos a chance de ver mais claramente a natureza deixando ir suas partes “obsoletas”. As folhas amarelam e caem, sem que as árvores ofereçam resistência. Quando chega a hora de cair, as folhas simples e naturalmente se vão. As árvores sabem que é preciso deixá-las ir para que as novas nasçam no lugar.

E o convite do céu também é este: deixar ir o velho para o novo poder entrar, honrar o ciclo. No dia 23 de outubro, o Sol ingressa no signo de Escorpião pedindo para renunciarmos àquilo que já não serve mais, deixando o caminho livre para o novo. 

Então, inspire-se nas árvores: mantenha as raízes firmes no chão e deixe o vento (ou o vendaval!) levar as folhas antigas para que elas voltem renovadas no seu tempo. Aproveite também para não reclamar dos galhos “pelados” e confiar que você sempre está dando o seu melhor!

* Cecilia Mariano é astróloga e terapeuta. Instagram: @ceciliamarianorosa. Site: ceciliamariano.com

Imagem: Unsplash

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