Brasileiros comemoram a criação do clube de vôlei de Londres

Encontros acontecem aos domingos em Wimbledon Park e já foram responsáveis por grandes (e boas) transformações de vidas

Da Redação

Primeiro foi um campeonato informal, em um domingo ensolarado. A ideia de Vanderli Bello, da Mesa de Esportes do Conselho de Cidadania do Reino Unido (CCRU), era juntar os apaixonados por vôlei de areia em Londres. O encontro deu tão certo que acaba de nascer o BR Volleyball Club, o primeiro clube de vôlei brasileiro na capital britânica.

“Os técnicos Vicente Brunetti e Josué Stephen Rocha são brasileiros registrados na federação inglesa de vôlei e o clube está agora na fase de registro para, no futuro, ser habilitado a participar de competições”, explica Vanderli.

O clube promove oficinas de voleibol no parque, com edições semanais aos domingos. Para participar, basta confirmar presença com Vicente pelo WhatsApp 07956811489. Os encontros acontecem no Wimbledon Park. Entre 13h e 15h, para adultos; e entre 15h e 17h, para adolescentes e crianças. Custa £3 por pessoa.

Para além de uma ótima oportunidade para exercitar o corpo, o vôlei de areia tem sido um transformador de vidas. “Muita gente que não jogava desde a adolescência volta agora para a quadra com os filhos”, conta Vanderli. “Tem sido muito gratificante ver os efeitos do esporte na vida de tanta gente.”

Notícias em Português convidou alguns dos participantes das oficinas para falar de suas experiências com o esporte.

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“Sou de Assis Chateaubriant, no Paraná. Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, adorava jogar vôlei. Jogava na rua em frente à minha casa, jogava na escola da quinta série até a oitava série. Hoje, com quase 50 anos de idade, voltei a jogar em Londres.”

“Sou de Santos (praia). Quase todo fim de semana era esporte na areia, energia na veia. Decidi mudar de país há seis anos e tudo aquilo que fazia meus olhos brilharem foi deixado de lado, por dias, meses, anos… Por quê? Quando você faz algo que realmente faz seu coração vibrar, isso se transforma em combustível para viver ainda mais. Mas o ponteiro do relógio e o próximo trem no underground não podiam esperar. De repente, no fim do lockdown, aparece um torneio de vôlei em Wimbledon Park. Pensei: sim! Eu quero, eu posso e vou. Lá estava eu. Não importava se aquele jogo ia durar minutos ou seríamos campeões. Aquele era o start para trazer um hobby de volta. Fazer o que você gosta é liberdade. Gostar do que você faz é felicidade. Depois do torneio percebi que a idade não pesava, que o físico não gritava pedindo socorro e que na verdade esse torneio me trouxe alegria de brasileira, calor da praia… E se o jogo da areia acabou tínhamos todo um parque para jogar e pessoas com o mesmo pensamento para trocar palavras e carinho. A partir desse dia, todos os domingos têm pé na areia e bola no ar em um lugar lindo perto de casa e cheio de novos amigos. Agradeço a Vanderli Bello e ao CCRU pela iniciativa. Aos 40 anos voltei a jogar e escrever um novo roteiro para a minha história.”

“Passei a jogar vôlei na areia em Wimbledon Park depois do torneio organizado pelo CCRU, encabeçada pela Vanderli Bello. Foi o start para que eu gostasse mais do esporte, por conhecer outras pessoas e também porque incentivou meu filho Rodrigo, de 11 anos, que não gostava de nada de esportes e estava sempre com algum jogo eletrônico, a começar a praticar. Ele quer ir para os treinos e isso é muito importante porque eu sempre pratiquei esporte por prazer. O vôlei ainda nos traz também mais alegria, já que estamos todos longe de onde nascemos.”

“Somos Carlos (45), Celia (37) e Tiago (12), somos de Rio de Janeiro, Brasil, e moramos em Reading. Gostamos de jogar vôlei porque é um esporte em que toda a família pode participar e socializar com os amigos. Com muita alegria, a cada domingo viajamos em torno de uma hora para Wimbledon onde participamos dos encontros da grande família do vôlei organizada pelo CCRU.”

“Nasci em Fortaleza e quando tinha sete anos me mudei para São Paulo – vivo em Londres há 22 anos. Sempre fui apaixonada pelo vôlei e comecei a treinar quando fazíamos educação física aos 13 anos e também aos domingos com o time da rua. Tínhamos um time montado do bairro chamado Mooca. Na escola, treinávamos e participamos de campeonatos. Minha paixão era tanta que mentia para minha mãe pois ela não era muito a favor do treino duas vezes por semana. Eu dizia que tinha educação física. Assim joguei dos 13 aos 20 anos. Apesar de ser baixa de estatura, joguei muito bem no passado. Agora, aos 47 anos, estou com muita vontade de voltar a prática graças ao recente torneio em Wimbledon, organizado por Vanderli Bello. O nosso time Santa Catarina se destacou em segundo lugar.”

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